domingo, 18 de fevereiro de 2007

Do Blog antigo.

Seguem meus dois textos favoritos:

E sobe e desce e sobe e desce e sobe e desce. É um ioiô. E sobe e desce e sobe e desce e sobe e desce. É a vida. E ela acha de verdade que ultimamente tem passado por mais descidas que subidas. E ela também pensa besteiras. Não. Talvez não sejam besteiras realmente. Ela se pergunta porque a vida é assim, porque falta água no mundo e porque uma pá de gente tem medo de doar sangue, doar vidas. Ela só quer um mundo mais justo e ninguém vê. A garotinha tem medo de ser vista como uma boba por todos. Logo ela... ela que não está nem aí para o que pensam. A moça de cabelos longos não cabe dentro de nenhum estereótipo. Sim, ela tem seus medos, ânsias, dores de barriga e de cotovelo. Sonha com uma vida melhor pra ela e pra todos e não entende porque as coisas às vezes são tão confusas. Não entende como ela (ELA!!!! Ela que era tão inofensiva!!!) que julgava a tudo e a todos, agora vê a própria consciência a julgando. Não entende também a incoerência do fato de ela ser tão boazinha e tão má ao mesmo tempo. Chora, esperneia, arranca os cabelos de culpa... Por ninguém saber do seu lado que não merece ser revelado. E ela agora pára por aqui. Pelo menos por hoje. Pelo menos até as palavras aflorarem novamente. (trinta/junho/e seis)

...E o outubro dela encheu-se de cores. Tantas cores que eram típicas da primavera mesmo. Pra ela, outubro lembrava outono, e outono/outubro tinha que ser triste, parecer inverno, no qual as pessoas se trancam em suas casas e trancam o que deveria ficar sempre aberto: seus corações. E o décimo mês do ano teve gosto de lírios, misturado com margaridas, que por sua vez confundiam-se com beijos, abraços, mãos dadas e calor humano. Muito calor. Junto com as cores vieram os odores, calores, sabores (adoro essa rima). E ela pôde esquecer suas dores, mesmo que por um momento, mesmo sabendo que os seus medos ainda estavam ali e, que há qualquer minuto, poderiam voltar. E ela fez daquele mês uma longa caminhada por um campo de girassóis, sentindo o ego massageado, o coração levemente friccionado com grandes porções de esperança. Outubro acabou, o eterno também. Dias e dias incontáveis, intermináveis, inesgotáveis já passaram desde então, mas as sensações ficaram, se concretizaram, se eternizaram. (vinte/maio/e seis)

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