Anália Maia

Às vezes acho que meus textos tem um tom de lição de moral.
Que chata que sou, pareço até com os personagens de uma determinada novela, que tudo que falam é fazendo cara de "eu sei de tudo".

Bom, venho aqui pra me redimir. Lendo cartas antigas (mais precisamente, rascunhos de cartas... sim, eu tive saudade das cartas do post anterior e fui procurá-las), achei um pequeno texto que não merece ficar só comigo.

"Tira-me a luz dos olhos
- Continuarei a ver-te
Tapa-me os ouvidos
- Continuarei a ouvir-te
E, mesmo sem pés,
Posso caminhar por ti.
Arranca-me os braços
E tocar-te-ei com o coração
Despedaça meu coração
- E o meu cérebro baterá
E, mesmo que faça do meu
cérebro uma fogueira,
Continuarei a trazer-te
no meu sangue."

(Rainer M. Rilke)